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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Nova droga pode ser a cura definitiva da hepatite C

Tratamento em desenvolvimento na Universidade do Texas foi capaz de eliminar o vírus da doença em praticamente todos os pacientes de uma pesquisa clínica.

Gabriela Ruic - Revista Exame
08/11/2013


São Paulo – O mundo tem hoje mais de 150 milhões de pessoas infectadas com o vírus da hepatite C, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas os números desta doença não param por aí: ela é a responsável pela morte de cerca de 350 mil pessoas por ano e contamina outras três milhões.  

Os dados são alarmantes, mas boas notícias surgiram nesta semana. Uma pesquisa da Universidade do Texas (EUA), publicada na revista científica The Lancet, trouxe resultados promissores e pode ser a resposta para uma cura definitiva da hepatite C.

Em uma série de testes realizados em 100 adultos contaminados, uma nova droga, que consiste na combinação dos medicamentos sofosbuvir e ledispavir, foi capaz de eliminar o vírus da doença em praticamente todos os participantes. Inclusive aqueles que já haviam tentado outros tratamentos e não obtiveram sucesso. 

Testes clínicos

No experimento, as pessoas foram divididas em dois grupos. O primeiro era formado por 60 pacientes que nunca haviam feito nenhum tipo de tratamento e cujos fígados estavam livres de cirrose.
Já o segundo, composto por 40 pessoas, contava com participantes que já haviam passado por diferentes terapias mal sucedidas. Estes grupos foram divididos então em subgrupos, de acordo com a condição de cada pessoa, e cada um deles recebeu uma combinação de drogas.

Houve quem tivesse tomado apenas a mistura dos dois medicamentos e quem ingerisse ambos, mas combinados ainda com outra substância, a chamada ribavirina. Os testes duraram 12 semanas e os pacientes demonstraram sintomas como náuseas, anemia e dores de cabeça.  

Os resultados, contudo, impressionaram. “Estas constatações sugerem que uma dose destes medicamentos, com ou sem ribavirina, tem o potencial de curar a maioria dos pacientes com hepatite C do genótipo 1, independentemente do seu histórico de tratamento ou da presença de cirrose”, informou a equipe. 

Repercussão

Charles Gore, chefe do Fundo de Hepatite C, entidade britânica que busca a conscientização em relação à doença, foi um dos especialistas que vibrou com o resultado. “Estes novos antivirais são incrivelmente potentes e mostram que até os casos mais complicados podem ser tratáveis”, disse Gore em entrevista ao The Guardian. 

O novo tratamento já está em análise da Food and Drug Administration (FDA), órgão do governo americano que regula o setor farmacêutico. Em outubro, um painel de especialistas que aconselham o FDA sugeriu, de forma unânime, que a agência aprove a comercialização destas drogas experimentais. Ainda não há, contudo, nenhuma previsão de quando isso acontecerá.

Hepatite C

Causada por vírus, doença pode ser transmitida de várias formas como, por exemplo, via transfusão sanguínea, compartilhamento de seringas ou outros artigos de higiene pessoal, como escovas de dente e alicates de unha.
De acordo com o Ministério da Saúde, a hepatite c se manifesta de forma silenciosa e nem sempre é possível detectar os seus sintomas. Alguns dos sinais que podem indicar a incidência da doença são cansaço, tontura, pele e olhos amarelados, além de febre e enjoo.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Ampliado o acesso ao tratamento com boceprevir e telaprevir para casos de fibrose F2

13/11/2013 

O Ministério da Saúde decidiu ampliar o acesso à terapia tripla para o tratamento da hepatite C. A partir de agora, pacientes que não necessariamente estão em estágio avançado da doença e não têm cirrose terão acesso ao tratamento que eleva para até 80% a chance de cura. Para usufruir da terapia tripla, os pacientes não precisarão fazer a biópsia novamente se tiverem feito o exame há três anos ou mais e tiverem uma classificação de METAVIR F2 ou mais. Atualmente, de 5% a 20% dos pacientes crônicos com hepatite C evoluem para cirrose se não tratados. 

A medida dará mais autonomia para o médico analisar o paciente e prescrever o tratamento. Também visa diminuir casos graves da doença, fazendo com que mais pacientes tenham acesso aos medicamentos modernos, os chamados inibidores de protease, Desde janeiro de 2013, o Sistema Único de Saúde (SUS) incluiu a terapia tripla no tratamento da hepatite C com a combinação dos inibidores de protease Boceprevir e Telaprevir com interferon peguilado e ribavirina, a chamada terapia padrão.

Atualmente, cerca de mil pacientes já se beneficiam da terapia tripla pelo SUS. Para 2014, a expectativa é que 5.500 pacientes sejam tratados com os inibidores de protease. 

O Brasil possui hoje 1,5 milhão de pessoas convivendo com o vírus da hepatite C, segundo o Ministério da Saúde. Estima-se que a maioria sejam adultos entre 45 e 64 anos e que o número de infectados possa chegar a 2,5 milhões, já que muitos ignoram estar doentes. 

Atualmente, a doença é responsável por 50% dos transplantes hepáticos realizados no país. Alguns fatores são mais críticos para o desenvolvimento da cirrose, como idade superior a 40 anos no momento da infecção, ser do sexo masculino, fazer uso de álcool, ter coinfecção com o vírus da hepatite B ou com o HIV, entre outros. 

A detecção e o tratamento precoces da hepatite C são essenciais para o aumento da qualidade e expectativa de vida e para a cura da doença. O anti-HCV (anticorpo produzido naturalmente pelo organismo) é o primeiro teste que deve ser feito nos pacientes para triagem da doença e marca o contato da pessoa com o vírus da hepatite C. Esse anticorpo demora de 4 a 6 semanas para se tornar detectável no sangue dos pacientes após o contato com o vírus, podendo persistir indefinidamente.

Outro exame que pode ser utilizado é o PCR, que mostra a presença do vírus no organismo do paciente. O PCR pode ser qualitativo (indica a presença ou não do vírus) ou quantitativo (avalia a quantidade de vírus presentes). 

Desde 2011, o Ministério da Saúde ampliou a oferta de testes rápidos gratuitos para detecção da hepatite C, nos chamados CTAS (Centros de Testagem e Aconselhamento). O atendimento no CTA é inteiramente sigiloso e, se o resultado do teste for positivo, a pessoa é encaminhada para tratamento nos serviços de referência. 

Para localizar o CTA mais próximo da sua residência basta acessar o link:
e clicar na caixa Localizar endereço na coluna à direita da página inicial. 

Fonte: Carlos Varaldo

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Recomendação de aprovação dos novos medicamentos para tratamento da hepatite C

27/10/2013 

Fonte: Hepato - Agência Nacional das Hepatites 
http://hepato.com/a_noticias/002_a_noticias_port.php


O Comité Consultivo da Food and Drug Administration ( FDA) dos Estados Unidos aprovou, por unanimidade, a recomendação para registro do Simeprevir e do Sofosbuvir, dois inibidores de proteases de segunda geração que muito provavelmente, dependendo do preço, estarão substituindo o Telaprevir e o Boceprevir. 

Ambos ocasionam efeitos colaterais mais brandos, e em vez de varias capsulas ao dia como acontece com Boceprevir e Telaprevir, com os novos medicamentos é necessário somente 1 comprimido ao dia combinado com interferon peguilado e ribavirina para o tratamento do genótipo 1 da hepatite C em pacientes adultos com doença hepática compensada, incluindo cirrose. 

O Simeprevir foi recomendado para o FDA o aprovar para o tratamento do genótipo 1 combinado com interferon peguilado e ribavirina. 

O Sofosbuvir foi recomendado para o FDA o aprovar para o tratamento dos genótipos 1 e 4 combinado com interferon peguilado e ribavirina e, para tratamento dos genotipos 2 e 3 combinado a ribavirina, mas sem necessidade do interferon em tratamento de 12 semanas para o genótipo 2 e de 16 ou 24 semanas para o genótipo 3, podendo em alguns casos específicos ser utilizado combinado com interferon peguilado.

A reunião do FDA para aprovar a comercialização dos dois medicamentos foi marcada para o dia 8 de dezembro. O FDA não é obrigado a seguir a recomendação do Comitê, mas normalmente a aceita e aprova. 

OK. Estamos diante de uma segunda geração dos inibidores de proteases e daqui a alguns meses outros medicamentos estarão chegando. A revolução no tratamento da hepatite C está começando e em poucos anos teremos possibilidade de cura de mais de 90% dos tratados. 

Mas como sempre, tudo vai depender do preço dos novos medicamentos. O futuro é ótimo, mas o dinheiro pode ser curto. Certamente durante o Congresso da semana próxima nos Estados Unidos as conversas e discussões serão muitas, não somente pelo Sofosbuvir e o Simeprevir, mas também pelas novidades que Bristol-Myers e Abbvie estarão apresentando de seus medicamentos para tratamentos orais da hepatite C, os quais devem solicitar aprovação no FDA já em 2014. 

Carlos Varaldo 
www.hepato.com hepato@hepato.com